O revestimento ideal

Pintura, cerâmica, madeira, granitos e mármores são alguns tipos de revestimentos disponíveis para quem pretende reformar a casa ou o ambiente de trabalho. Mas, antes de planejar a obra, é importante contar com a ajuda de um arquiteto ou engenheiro, pois eles estão aptos a avaliar os espaços e a determinar quais materiais são mais adequados e a quantidade ideal a ser usada. “Estas dicas evitam o desperdício de material e ajudam a reduzir custos da obra. Costumo dizer que não existe um revestimento para cada ambiente e sim como eles são usados em cada local. Claro que há materiais contraindicados para certos espaços, como piso em madeira para ambientes molhados – banheiros, cozinha, área de serviço – porque a água vai deteriorar a madeira. Mas você pode usar a madeira em detalhes fora do piso, como parede, janelas e até mobiliário. Tudo vai depender da composição imaginada pelo arquiteto, que leva sempre em conta as características do revestimento frente ao uso e as demandas de cada tipo de cômodo”, explica Fernando Santos, arquiteto e diretor da Santos Projetos.

Outra dica diz respeito às pedras naturais como granitos e mármores. De acordo com Santos, nem todos os tipos de pedras naturais são adequadas às áreas molhadas, onde geralmente elas são encontradas. “Existem pedras muito porosas que acabam sofrendo alterações de cor com a exposição prolongada à umidade. Porém, essa absorção de água é interessante em locais como a beira de piscinas, onde a Pedra São Tomé, por exemplo, é sucesso garantido. Esta pedra tem uma porosidade que permite a absorção de água e torna o piso antiderrapante”, diz o arquiteto. Nas cozinhas, a recomendação é usar revestimento cerâmico, no entanto, é importante lembrar que as juntas podem acumular gordura ao longo do tempo, comprometendo a higiene do local. “Por isso, prefira peças maiores, a partir de 30x30cm, tanto para piso quanto para paredes, e opte por juntas mais finas. No caso do banheiro, que é mais úmido que a cozinha, vale seguir as mesmas recomendações, mas, por motivos distintos. Na área do box, que muitas vezes forma piscinas quando o chuveiro é muito forte, a medida reduz a possibilidade de infiltração para baixo a partir das juntas. Como os banheiros são tradicionalmente menos ventilados que as cozinhas, peças menores aumentam a chance de proliferar mofo nas juntas. Isso não quer dizer que não seja possível usar pastilhas (2x2cm) ou outras peças pequenas (4x4cm ou 5x5cm) em detalhes decorativos, tipo rodameio, rodateto etc”, complementa.

Para a sala de estar, o piso cerâmico pode ser até maior, a partir de 40x40cm. “Isso reduz a possibilidade, por defeitos no assentamento, do mobiliário ficar desnivelado. Menos juntas também reduz a possibilidade de tropeços. Além disso, fica mais fácil e rápido lavar seu ambiente após realizar festas ou eventos. Em locais onde serão recebidas muitas pessoas, não é bom revestir pisos e paredes integralmente com cerâmica devido ao efeito acústico, pois a superfície vitrificada do revestimento reflete muito o som e deixará o ambiente mais barulhento”, alerta o arquiteto. As peças grandes também podem ser aplicadas nos quartos, o que evita os tropeços de madrugada. E se você pretende reformar um home office, evite cerâmicas pequenas no piso, até 15x15cm, pois, habitualmente, nestes locais, há cadeiras com rodízios. “A movimentação da cadeira pelo piso produz um som desagradável das rodas nas juntas, o que, além de desgastar mais rapidamente o móvel, também incomoda o vizinho de baixo”.  

Comments are closed.